As multifaces da desinstitucionalização psiquiátrica:percepção dos familiares

Autores

  • Aline Raquel de Sousa Ibiapina Universidade Federal do Piauí
  • Márcia Astrês Fernandes UFPI
  • Gustavo Alves Marreiros UFPI

Palavras-chave:

Desinstitucionalização, Saúde Mental, Família.

Resumo

Objetivos: Descrever a percepção dos familiares acerca da desinstitucionalização; Discutir como essa percepção pode influenciar na reabilitação e na devolução da cidadania e analisar as implicações advindas com a reforma psiquiátrica para a dinâmica familiar. Método: estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa. Os participantes foram 18 familiares responsáveis pelo cuidado dispensado aos pacientes que frequentam o CAPS. Utilizou-se a técnica de entrevista semiestruturada com a análise de discurso. O estudo teve o projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Resultados: No desenvolvimento da pesquisa emergiram três categorias: a percepção familiar do cuidar inserido na proposta da desinstitucionalização; a sobrecarga advinda da reforma psiquiátrica para o convívio domiciliar e a tentativa de reinserção social do usuário do caps. Conclusão: Notou-se uma satisfação dos usuários com relação ao atendimento, mas percebeu-se que o convívio familiar foi alterado o que acarreta sobrecargas emocionais e socioeconômicas. Diagnosticou-se um profundo despreparo familiar, o que leva ao padecer conjunto com a doença, como também o forte desejo manicomial imperando na sociedade.

Biografia do Autor

Aline Raquel de Sousa Ibiapina, Universidade Federal do Piauí

Graduada em ENFERMAGEM pela Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí (2011). Especialista em saúde mental pela UECE (2012). Mestre em Enfermagem pela - UFPI (2014-2015). Membro do Grupo de Estudos sobre Enfermagem, Violência e Saúde Mental (GEEVSM) e do NECECHE- com ênfase na Saúde do Trabalhador, na Universidade Federal do Piaui.

Márcia Astrês Fernandes, UFPI

Enfermeira. Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo – USP. Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí/UFPI. Teresina, Piauí,

Gustavo Alves Marreiros, UFPI

Enfermeiro graduado pela Universidade Federal do Piauí.

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Publicado

2017-01-27

Edição

Seção

Artigos Originais