Avaliação in vitro da eficácia do óleo de girassol ozonizado frente a patógenos isolados de mastite bovina

Resumo

A mastite é uma inflamação da glândula mamária, comumente transmitida durante a ordenha, que provoca alterações no leite e no tecido mamário, resultando em perdas econômicas significativas. Entre os prejuízos estão os custos com medicamentos, descarte de leite, queda na produção e, em alguns casos, descarte do animal. Devido ao uso excessivo de antibióticos e ao aumento de bactérias multirresistentes, torna-se fundamental buscar terapias alternativas eficazes, sem depender de altas doses de antimicrobianos. Nesse contexto, foi avaliada a eficácia do óleo de girassol ozonizado nas concentrações de 922 mEq, 490 mEq e óleo in natura, utilizando os métodos de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM), contra isolados bacterianos de Klebsiella sp., Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Proteus sp. e Streptococcus uberis, provenientes de casos de mastite diagnosticados no Laboratório de Microbiologia da Unoesc, Campus Xanxerê. Os resultados mostraram que o óleo ozonizado apresentou atividade inibitória contra todas as bactérias testadas nas concentrações de 922 mEq e 490 mEq. Os valores de CIM variaram entre 0,025% e 13,1% para o óleo 922 mEq e entre 0,025% e 6,55% para o óleo 490 mEq. Além disso, os óleos ozonizados demonstraram atividade bactericida em concentrações de 0,82% a 1,64% para o óleo 922 mEq e de 0,41% a 26,19% para o óleo 490 mEq. Contudo, o óleo in natura não foi eficaz contra nenhuma das bactérias testadas. Esses resultados destacam o potencial do óleo ozonizado como terapia de suporte no tratamento da mastite, contribuindo para reduzir o uso de antimicrobianos, diminuir custos com tratamento, mitigar a resistência bacteriana e aumentar a vida produtiva dos animais, promovendo benefícios significativos para a saúde animal e a sustentabilidade na pecuária leiteira.